quarta-feira, 12 de outubro de 2011


Estudo revela que entretenimento, tecnologia 

e educação são os assuntos mais publicados

nos blogs

THALES BRANDÃO
CidadeMarketing

A boo-box, consolidada como a maior empresa de tecnologia em publicidade para mídias sociais, divulga um levantamento inédito sobre o Conteúdo dos blogs no Brasil, a segunda análise do mercado brasileiro de redes sociais realizada pela empresa.  O primeiro estudo, realizado no início de 2011, mostrou a Audiência dos Blogs no Brasil no primeiro trimestre de 2011. Este novo levantamento, que contemplou um ambiente de 20 mil blogs, revelou que a blogosfera brasileira aborda mais temas de entretenimento (24%), tecnologia (20%) e educação (10%). O conteúdo foi analisado pela tecnologia Meaning Tool, da empresa argentina Popego, que processa uma análise semântica no conteúdo dos blogs categorizando os assuntos. O resultado representa o tráfego do primeiro semestre de 2011.

No tema entretenimento, a pessoa mais citada na web durante o período da pesquisa foi Casey Heynes, mais conhecido como Pequeno Zangief, um estudante australiano que ficou famoso na internet depois que um vídeo que mostrava sua reação a um ataque de bullying caiu na rede. Em segundo lugar vem Harry Potter e em terceiro, Jesus Cristo. Quanto às personalidades mais citadas no período, a pesquisa mostra que atores e atrizes lideram com 36%, seguidos dos músicos, com 16% e políticos com 11%. Já os nomes mais citados incluem: Emma Watson, George Clooney, Hannah Montana, entre outros. Entre os músicos, destaque para o jovem Justin Bieber, seguido por Jennifer Lopez, Paul McCartney e Ivete Sangalo. Entre os políticos, temos Fernando Haddad, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.

Dentre os blogs de entretenimento que constituem a web brasileira, os assuntos são voltados, principalmente, para o conteúdo de humor/atualidades (67%), seguido por carros (6%), música (6%) e moda (6%). O restante dos blogs são os que falam sobre gastronomia, cinema, televisão, literatura e conteúdo adulto. Já na categoria educação, que está em terceiro lugar, 40% do conteúdo é voltado para Ciência.  Na categoria de esportes, mais da metade (55%) tem blogs direcionados para o futebol. O restante fica dividido em outras modalidades esportivas, como basquete, golfe, tênis, baseball e futebol americano.  As marcas mais citadas nos blogs brasileiros foram, respectivamente, Google, Samsung e Apple, que juntas totalizam 35%. Os outros 65% são menções às marcas Adidas, Disney, Intel, Microsoft, Sony, Nokia, Amazon, Adobe, Blackberry e Motorola. Sobre vestuário, a Nike fica com 50% das menções, seguida por Puma com 20% e Adidas, 17%.

"Conhecendo de uma forma estruturada o que os publishers estão postando fica mais fácil para os anunciantes planejarem suas campanhas.", explica Edney Souza, vice-presidente de publishers da boo-box.  No ranking dos produtos mais citados, os da Apple prevalecem no topo da lista com o iPhone, tendo 12% das menções, seguido do iPad com 11% e iPod com 6%. Já quando o assunto é internet e web 2.0, o Google lidera as citações com 37%, YouTube aparece com 19% e Wordpress com 9%.

O estudo aponta também as cidades mais citadas nos blogs, Rio de Janeiro ficou com 27%, seguido de Londres com 8% e Paris com 6%. Em relação aos destinos para viajar mais pesquisados pelos leitores, o Brasil aparece com 36%, Estados Unidos com 11% e Japão com 7%.  A boo-box também analisou as keywords, que são as palavras-chave relacionadas ao conteúdo de um site. Neste estudo as mais utilizadas foram: free, games e downloads, além de todas as suas combinações, como games free, wallpapers free e downloads free. Por mês, free e games são buscados 30,4 milhões de vezes na web, enquanto download recebe 101 milhões de buscas.

Desafio aos professores: aliar tecnologia e educação




Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil: exige treinamento dos mestres. A avaliação é de Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, braço da ONU dedicado à ciência e à educação. "Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional." O desafio é mundial. Mas pode ser ainda mais severo no Brasil, devido a eventuais lacunas na formação e atualização de professores e a limitações de acesso à internet - problema que afeta docentes e estudantes. Na entrevista a seguir, Godoi comenta os desafios que professores, pais e nações terão pela frente para tirar proveito da combinação tecnologia e educação.
Qual a extensão do uso das novas tecnologias nas escolas brasileiras?Infelizmente, não existem dados confiáveis que permitam afirmar se as tecnologias são muito ou pouco utilizadas nas escolas brasileiras. Censos educacionais realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que a maioria das escolas públicas já tem à sua disposição uma série de tecnologias. No entanto, a presença dessas ferramentas não significa necessariamente uso adequado delas. O que de fato se nota é que ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.
Quais devem ser as políticas públicas para incentivar as tecnologias em sala de aula?Elas precisam ter um componente fundamental de formação e atualização de professores, de forma que a tecnologia seja de fato incorporada no currículo escolar, e não vista apenas como um acessório ou aparato marginal. É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia da educação de maneira definitiva. Depois, é preciso levar em conta a construção de conteúdos inovadores, que usem todo o potencial dessas tecnologias. Não basta usar os recursos tecnológicos para projetar em uma tela a equação "2 + 2 = 4". Você pode escrever isso no quadro negro, com giz. A questão é como ensinar a matemática de uma maneira que só é possível por meio das novas tecnologias, porque elas fornecem possibilidades de construção do conhecimento que o quadro negro e o giz não permitem. Por fim, é preciso preocupar-se com a avaliação dos resultados para saber se essas políticas de fato fazem a diferença.
As novas tecnologias já fazem parte da formação dos professores?Ainda é preciso avançar muito. Os dados disponíveis mostram que, infelizmente, ainda é muito incipiente a formação de professores com a perspectiva de criação de competências no uso das tecnologias na escola. Com relação à formação continuada, ou seja, à atualização daqueles profissionais que já estão em serviço, aparentemente nós temos avanços um pouco mais concretos. Há uma série de programas disponíveis que oferecem recursos a eles.
Para os alunos, qual o impacto de conviver com professores ambientados com as novas tecnologias?
As avaliações mais sólidas a esse respeito estão acontecendo no âmbito da União Europeia. Elas mostram que a introdução das tecnologias nas escolas aliada a professores capacitados têm feito a diferença em alguma áreas, aumentando, por exemplo, o potencial comunicativo dos alunos.
As relações dentro da sala de aula mudam com a chegada da tecnologia?O que tem acontecido - e acho que isso é positivo, se bem aproveitado - é que a relação de poder professor-aluno ganha uma nova dinâmica com a incorporação das novas tecnologias. Isso acontece porque os alunos têm uma familiaridade muito grande com essas novidades e podem se inserir no ambiente da sala de aula de uma maneira muito diferente. Assim, a relação com o professor fica menos autoritária e mais colaborativa na construção do conhecimento.
É comum imaginar que em países com um alto nível educacional a integração das novas tecnologias aconteça mais rapidamente. Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde muitas vezes o professor tem uma formação deficitária, a incorporação seja mais lenta. Esse pensamento é correto?
Grandes questões sobre o assunto não se colocam apenas para países em desenvolvimento. É o caso, por exemplo, de discussões sobre como melhor usar a tecnologia e como treinar professores. O mundo todo discute esses temas, porque essas novas ferramentas convergentes são um fenômeno recente. Porém, também é correto pensar que nações onde as pessoas são mais conectadas e têm mais acesso a dispositivos devem adotar a tecnologia em sala de aula de modo mais amplo e produtivo. Outro fenômeno detectado no mundo todo é o chamado "gap geracional", ou seja, os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.
O senhor vê algum tipo de resistência nas escolas brasileiras à incorporação da tecnologia?
Não acredito que haja uma resistência no sentido de o professor acreditar que a tecnologia é maléfica, mas, sim, no sentido de que ele não sabe como utilizar as novidades. Não se trata de saber ou não usar um computador. Isso é o menor dos problemas. A questão em jogo é como usar equipamentos e recursos tecnológicos em benefício da educação, para fins pedagógicos. Esse é o pulo do gato.
Quais os passos para superar a formação deficitária dos professores?A Unesco sintetizou em livros seu material de apoio, chamado Padrões de Competências em Tecnologia da Informação e da Comunicação para Professores. Ali, dividimos o aprendizado em três grandes pilares. O primeiro é a alfabetização tecnológica, ou seja, ensinamos a usar as máquinas. O segundo é o aprofundamento do conhecimento. O terceiro pilar é chamado de criação do conhecimento. Ele se refere a uma situação em que as tecnologias estão tão incorporadas por professores e alunos que eles passam a produzir conhecimento a partir delas. É o caso das redes sociais. É importante lembrar que esse processo não é trivial, ele precisa estar inserido na lógica da formação do professor. Não se deve achar que a simples distribuição de equipamentos resolve o problema.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/desafio-aos-professores-aliar-tecnologia-educacao